sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Coisas da natureza...

Vivemos dias tumultuados. Avanços tecnológicos, conquistas espaciais, a informática se modernizando a cada minuto, a preocupação econômica, tanto das grandes potências quanto das tíbias nações, com as bolsas de valores que sobem e que descem, a política liberal sempre usufruindo desses momentos para dar suas investidas e desfalques; o corre-corre maligno contaminando a Humanidade que, preocupada em se modernizar, voando ao encalço do progresso, muitas vezes se distancia de suas origens, dos princípios que devem reger sua vida, das obrigações para com a família, com a Pátria... enfim, não se lembra mais de Deus. E por que lembrar-se de Deus?
A participação e presença eterna de Nosso Senhor na vida da Humanidade não é mais lembrada. A adoração única, interior, exterior e pública devida somente a Deus vai sendo esquecida e substituída pela irreverência, pelo sacrilégio, pelas superstições imbecis que tanto escravizam aqueles que as temem, pela idolatria a deuses pagãos que se escondem sob a ideologia charlatanesca e ritos heréticos, travestidos de um misticismo banal. O Deus que criou o homem à sua imagem e semelhança, o Deus que falou pela boca dos Profetas do Antigo Testamento, o Deus que se humanou e, pela sua morte, redimiu o homem, o Deus dos grandes Santos e Pontífices de sua Igreja, o Deus que é a única esperança, o único Senhor, já não mais reina no coração dos homens. Caminha o mundo para uma apostasia que, ao alçar seu pendão, convoca ao recrutamento os míseros filhos de Eva que não se deixaram atingir pela graça do Deus Redentor, amando, portanto, mais as trevas do que a Luz. Daí, vem-nos à mente o ensinamento do Magistério da Igreja, de que todos os males físicos e materiais que não provêm do homem, é desígnio de Deus.
Temos sido, nos últimos tempos, testemunhas de catástrofes decorrentes das fraquezas humanas, bem como daquelas que não se acha explicação. Então, estagnado ante a tragédia, o homem não se encoraja em meditar o que pode ter levado a ocorrer o tal infortúnio. Ora, se Deus usa das causas segundas em seus desígnios, logo os acontecimentos, em diversas partes do mundo, resultantes de uma ordem da natureza alterada (pelo homem), podem ter sido permitidos pelo Criador. Mas, com que intento? Seriam um sinal divino pelas desordens moral e social que assolam o mundo, num sacrilégio coletivo cometido contra Nossa Senhor?
O comodismo de muitos, principalmente dos mais esclarecidos, tem dado oportunidade para graves escândalos contra a natureza e contra a Fé. Enquanto isso, disseminam-se ideologias ambíguas, muitas delas outrora condenadas. Se a humanidade caminha para a apostasia, os governantes, inclusive a Igreja, têm sua fração de responsabilidade nesse triste processo e no comprometimento do destino daqueles que, cegamente, abraçam a modernização. Por isso, tudo nos leva a crer que os últimos acontecimentos que a priori são catástrofes da natureza, bem como outros impressionantes acontecimentos inexplicáveis, sejam um sinal de Deus.“Ab ira tua, libera nos Domine.”
05/10/2005