segunda-feira, março 27, 2006

A História de JK

Há poucos dias, o Brasil acompanhava, pela TV, a história de uma das mais expressivas figuras políticas do país, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Contudo, a especulação sensacionalista empreendida por esse tipo de produção, mais uma vez, cuidou em relatar a história a seu modo, chegando a quase deixar de lado o protagonista.
Em sua primeira fase, emporcalhou os episódios a personagem fictícia de um coronel estroina, apresentando-o como um protótipo dos latifundiários que constituíam a elite política da República Velha. Enquanto isso, exibia-se o jovem Juscelino como um ambicioso (além do comum nessa fase da vida ao homem), compadecido pelos fracos e apolítico; três conceitos que se chocam numa época em que dependia, intrinsecamente, um dos outros. A ambição, muitas vezes, conduz o homem, por meio da política, à consagração, com o sufrágio das massas.
Os capítulos da minissérie que se seguiram, em sua segunda fase, destacaram o governo empreendedor e ousado de Juscelino à frente da Prefeitura de Belo Horizonte, do Estado de Minas Gerais e, por fim, do Brasil. Todavia, insistiram em apresentar as realizações que já se conhecem, sem resgatar, minuciosamente, o amplo trabalho político e social, inclusive em questões específicas partidárias e regionais, que ilustram sua história e atestam o seu caráter como homem e como político.
Ao contrário, de forma inoportuna, a produção ocupou-se, infelizmente, em transmitir aos milhões de telespectadores, a imagem, por exemplo, de um Benedicto Valladares com um liame comportamental entre pândego e boçal; a União Democrática Nacional (UDN), provavelmente por ser oposição de JK, foi representada como puritana e farisaica, enquanto o Partido Social Democrático (PSD) otimista, por causa de uma admirável pseudounidade de esforços de seus correligionários, trabalhando pelo verdadeiro progresso da Nação. Uma elite social fútil e ociosa e um relacionamento íntimo extraconjugal complementaram a saga do Presidente Bossa Nova.
Se pensaram os produtores em realizar um trabalho que engrandecesse a história pátria, especificamente o presidente Juscelino Kubitschek, esse intento, mais uma vez, frustrou-se.
Pobres daqueles que dependem da TV para se instruir! Continuam, eles, graças ao equivocado enredo de uma minissérie a vagarem pelas trevas da ignorância, tenho conhecido em “JK” apenas o bom mocinho que travou luta contra o mal. Apenas isso, talvez por acreditarem ser suficiente ao povo brasileiro iludir-se com noveletas.Ainda bem, nas páginas da história pátria registram-se os grandes feitos empreendidos pelo diamantinense que conquistou o Brasil - a contragosto de muitos - e revolucionou a instituição política. Por fim, do mesmo como o Velho Profeta morreu sem chegar à Terra Prometida, Juscelino teve como castigo morrer longe de sua terra prometida, sem assistir à celebração da democracia plena no Brasil.
27/03/2006

quinta-feira, março 16, 2006

Intrujice econômica

Outro dia, conversando com um amigo acerca dos limites da ciência, ele vaticinou que a ciência tem mais dúvidas que a fé. Realmente, em algumas vezes isso diz respeito às origens do mundo e evolução do cosmos, noutras diz respeito ao homem, seleção única e irrepetível de milhões de hipóteses expulsas do caminho em direção à vida. E quando o homem se combina em sentimento, em bando, em tribo, em comunidade social ou religiosa, mais complexa se torna - para não dizer impossível - essa ciência rígida sobre comportamentos e previsões.
Ao procurar explicações claras para todas as crises, enreda-se na sua própria linguagem, mistura certezas com suposições, futuros com futuríveis, mesmo nas barras e nos números. Eis, pois, aí, um terreno minado pela surpresa constante dos mercados, pela mala às costas com que andam algumas empresas - como feirantes de rua - a ver onde se engana mais, se explora melhor, se compra barato e se vende mais caro; ainda dizem os pseudo-entendidos ser importante para um equilíbrio econômico. Tudo isso, segundo os tecnocratas, toma nomes empolgantes, modernos, inglesados, científicos, como se se tratasse da descoberta de uma nova fórmula mágica que explica e resolve todos os problemas, menos os dos mais pobres; isso em todos os países do mundo.
Em grandes linhas, temos a experiência do mercado que cria leis, livremente, segundo o apetite dos compradores - inclusive de dinheiro, e esse outro que, inspirado em Marx, parecia, no papel, apaziguar algumas utopias sociais, mas que teve, como se sabe, um estrondoso desfecho de falência, com estilhaços que ainda atingem a muitos. Continuam a esboçar-se mini-sistemas, alguns pedindo à economia o que ela menos gosta de dar: respeito pela pessoa, com ética a preceder a eficácia. O outro caminho é o da sacralização das regras cegas do mercado, salvando a economia e levando na frente quanto e quantos tenha de levar, com total impotência para oferecer a cada ser humano o digno pão de cada dia.
Recentemente, veio à lume o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, reunindo o pensar e o dizer do Evangelho, com incursões pela economia de vários tempos, incluindo o nosso. Marcando, com clareza, os terrenos da eficácia e as áreas sagradas da ética e do homem: “o destino universal dos bens está na base do direito universal ao uso dos bens. Trata-se dum direito natural, inscrito na natureza do homem. É inerente à pessoa, a cada pessoa, e prioritário a qualquer intervenção humana” (nº172).Por isso, observando o ensinamento do Magistério da Igreja, observa-se que a economia não pode ficar entregue a contas de merceeiros globais sem escrúpulos. Desde a ascensão do liberalismo, no século XVIII, os Papas foram veementes em condenar aquilo que poderia influenciar mal a sociedade, além de trazer-lhe graves prejuízos. Antevira o caos a que assistimos, hoje, com maior clareza, os papas Pio IX, Leão XIII, São Pio X e, mais recentemente, João Paulo II, ao condenar o neoliberalismo. Por isso, quão oportuna seria a leitura do Compêndio da Doutrina Social da Igreja e assimilada por aqueles que se encontram com o juízo e o coração enrijecidos pela ganância.
16/03/2006

terça-feira, março 07, 2006

Pai e Pastor

Ninguém poderá discordar deste epíteto que tão bem se aplica à pessoa do arcebispo de Mariana, Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida: Pastor e Pai. Isso se deve, antes, à missão apostólica dos bispos e, depois, ao seu caráter determinado, a seduzir os outros com docilidade, associando-se um ao outro, quiçá, pela admonição de São Paulo a Timóteo: Non enim dedit nobis Deus spiritum timoris, sed virtutis, et dilectionis, et sobrietatis (“Deus não nos deu espírito de pusilanimidade, mas de fortaleza, de caridade e de prudência”). Eis as três virtudes que devem forjar a têmpera moral dos bispos: a fortaleza, a caridade e a prudência.
E não há como negar que nas atitudes do preclaro antístite primaz das Minas reflitam esses três pilares que constituem sua personalidade, ressaltando-se, contudo, a caridade, que se desponta em seu proceder como que um elo unindo, entre si, a fortaleza e a prudência, enquanto lh’o permite a fragilidade humana. Provavelmente, por isso, não poucas vezes, Dom Luciano seja mal compreendido, confundindo-se entre o dispor de sua autoridade e a compreensão paterna. Contudo, é inegável a compreensão cristã das dificuldades alheias e o desejo de que nenhuma ovelha de seu rebanho se perca.
Nascido em tradicional berço carioca, que remonta famílias aristocráticas nordestinas, desde cedo Dom Luciano mostrou-se determinado em seus propósitos e um deles, tão logo gozou do uso da razão, foi o de ser padre. Para isso, além da graça divina, contribuiu deveras a formação religiosa que lhes legou seus pais, proporcionando-lhe boa educação em colégios católicos, até que ingressou na venerável Companhia de Jesus. Determinara ser mais um soldado na legião aliciado por Santo Inácio de Loiola, sedento por tudo fazer para a maior glória de Deus e salvação das almas.
Durante sua formação sacerdotal, sem tardança se notaram suas capacidades intelectuais, despontando-se como primoroso filósofo, seguindo, então, para a Cidade Eterna onde prosseguiu seus estudos, ordenou-se presbítero, doutorou-se e retornou ao Brasil, já após o Concílio Vaticano II, sendo designado à formação de religiosos no escolasticado da Companhia de Jesus. Muito sensível às necessidades humanas, logo se compadeceu pela situação de muitos que se lhe apresentavam carentes de assistência espiritual e material, quando não pôde deixar de atender esse apelo que o inseriu entre aqueles que optaram pelos pobres.
A partir daí, envolveu-se com as organizações de classes, as CEBs, não se deteve ante questões políticas (quando o país vivia sob a austeridade de um governo militar) e acabou junto ao episcopado, emprestando seu brilho àquela instituição. E foi lá, na CNBB, que o Papa Paulo VI o resgatou para o múnus episcopal, em 1976, designando-o auxiliar do arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, com quem trabalhou até sua nomeação para o arcebispado de Mariana, em 1988. Enquanto isso, ocupou cargos de relevo na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e na Conferência Episcopal Latino-americana, além de membro do Pontifício Conselho Justiça e Paz e do Conselho da Secretaria do Sínodo dos Bispos.
Dom Luciano, ao dedicar especial atenção aos mais frágeis, sempre encontrou dificuldades, seja por parte de instituições e até por parte dos poderes constituídos, seja em decorrência da incompreensão daqueles outros menos sensíveis. No entanto, sempre foi resoluto em seus propósitos, sem intimidar-se ante qualquer insinuação ou ameaça, confiante em São Paulo de que “Deus não nos deu espírito de pusilanimidade, mas de fortaleza, de caridade e de prudência”.Por isso, sempre seguiu adiante, assistido pela graça, sem colocar a luz em lugar das trevas, nem as trevas no lugar da luz; sem chamar o mal de bem, nem o bem de mal, conforme pediu a Deus o bispo que o sagrou há 29 anos. Por isso, sempre seguiu a diante, na constância da fé, na pureza da dileção, na sinceridade da paz. Por isso, sempre ouve, por onde quer que passe, a admiração de seu rebanho exclamar: Pastor e Pai.
30/10/2005

Contra-senso religioso

Um contra-senso religioso, resultante de um fanatismo doentio, é o diagnóstico primário que se faz das barbáries cometidas por mulçumanos em nome de Alá. Essa loucura que lhes domina acaba repercutindo em todos os seus atos, em sua convivência familiar e social e nas tratativas políticas e diplomáticas. Ao longo da história e, mais ainda, nos últimos tempos temos assistido a constantes catástrofes resultantes de atitudes desorientadas desses pobres filhos de Maomé.
Uma reportagem publicada, recentemente, na imprensa apresenta um caso específico, do comerciante Jihad Abu Dayade, 41 anos, estabelecido no centro de Gaza com uma loja de autopeças. O chefe de família orgulha-se de ser o genitor de Mohammad Jihad Abu Daya, que aos 18 anos ingressou no Hamas, com o seu apoio, para tornar-se um homem-bomba. Isso é um absurdo, o pai orgulhar-se da insanidade do filho, quiçá por tê-la dele herdado. Isso, sim, é o ópio de um povo, que Marx malfadadamente quis atribuir às religiões. Quanto ao pobre jovem, seu ataque acabou matando dois policiais palestinos que se encontravam no posto de controle de Erez, na Faixa de Gaza.
Lamentavelmente, o fanatismo na casa de Abu Daya não acabou após o fatídico episódio. Os outros quatro filhos do comerciante, sendo três rapazes e uma menina, de idades que variam entre 10 e 23 anos, estão todos orgulhosos do irmão. Ahmed Jihad Abu Daya, de 20 anos, inclusive, compartilha da mesma aspiração de Mohammad: explodir-se para alcançar o paraíso [sic]. Por isso, lares palestinos há inúmeros pais como Abu Daya e milhares de garotos como Mohammad. E o pai, fervoroso, já pôs o destino dos filhos nas mãos de Alá.
Para os cristãos ocidentais, que põem a vida como bem maior, o depoimento de Abu Daya é nauseante. Contudo, ele não está sozinho na Faixa de Gaza. Mais de 400 atentados suicidas foram patrocinados pelo Hamas contra civis e militares, matando centenas e ferindo milhares. Às famílias pobres o Hamas paga o enterro e presta todo tipo de assistência. Para os mais ricos, como Abu Daya, o Hamas se responsabiliza apenas pelo funeral com honras de mártir.Isso é o que acontece quando o homem se distancia de Deus. Os pobres filhos de Maomé se apegaram tanto a seu patriarca que não assimilaram a Bondade Divina e a máxima do amor fraterno que o Verbo Humanado nos trouxe, cuja correlação foi tema da encíclica do Santo Padre, recentemente. O amor perdoa. Ele não é apenas uma palavra proposta a algumas pessoas que sofrem, mas uma revelação de Deus Pai, atingindo, principalmente, a humanidade marcada pelo ódio, pela confrontação e pela vingança, desde os tempos bíblicos. Deus revela seu chamado a um amor que perdoa, não para aliviar, mas para resolver, como salvação de nossa violência humana por caminhos de paz e de reconciliação. Por isso, os católicos ainda insistem em buscar o diálogo religiosos, mesmo com os facinorosos mulçumanos, para que se alcance a paz na plenitude do amor de Deus.
07/03/2006

Aos católicos de Barbacena

Mais uma vez, sobre o orbe, viu-se a mais um ultraje contra uma cara devoção do povo católico: Maria Santíssima. E o que mais pesa ao coração de um filho amante é saber que a língua injuriosa que blasfemou contra a Maternidade Divina foi a de um sacerdote. Eis que, à estação do Evangelho, na Santa Missa celebrada no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, na noite de quinta-feira, dia 8 de dezembro de 2005, o pároco daquela freguesia, Padre José Antônio de Oliveira, num acinte à religiosidade sincera do bom povo barbacenense, reverberou contra a doutrina da Santa Igreja e, mais ainda, contra Deus Nosso Senhor, ao desmerecer uma das prerrogativas de Maria Santíssima, concebida sem a mancha do pecado original, imaculada; para o pobre sacerdote, a Mãe de Deus, a Rainha dos Céus, a Mãe do Rendentor, por isso co-redentora da humanidade, não passa de uma Maria de Nazaré, sem merecimento algum.
Mas, Deus louvado, o que pensa e regurgita o insano pároco da Piedade não é o que nos assegura as Sagradas Escrituras e a Tradição, preciosas fontes da Revelação Divina, aquele perene tesouro donde os Santos Padres retiram as jóias caras e mimoseiam, de tempos em tempos, os católicos com essas verdades de fé. E, entre esses dogmas se encontra o da Imaculada Concepção de Maria, proclamado pelo Beato Pio IX, a 8 de dezembro de 1854, confirmando, o Magistério da Igreja, o que as Sagradas Escrituras e a Tradição já asseguravam desde os mais remotos tempos: aquela que seria destinada a ser a Mãe do Salvador foi concebida sem o pecado original, apanágio dos filhos de Eva.
Não seria possível que a Filha predileta do eterno Pai, aquela que deveria elevar-se entre o céu e a terra como co-redentora, tivesse sido, mesmo por pouco tempo, filha da ira e do pecado. Não seria possível que a Mãe do eterno Filho, aquela que deveria dar-lhe a sua própria carne e o seu próprio sangue, para que Ele se fizesse homem, tivesse sido contaminada pelo demônio. Não seria possível que a Esposa do Espírito Santo tivesse sido escrava do inferno e manchada da culpa original. Assim, como Ester se livrara da morte por vontade de Assuero, embora fosse judia, Maria Santíssima foi criada, por vontade de Deus, como assegura São João Crisóstomo, "ex omni parte inculpata". A dignidade de Mãe de Deus exige que ela seja sempre pura, não só sempre virgem, mas nunca tocada pela sombra do mal, a começar pelo mal hereditário do pecado original.
E tal prerrogativa, singular, decorre de sua missão: Mãe de Deus, Mãe do Salvador, cuja invocação ecoa pelos séculos, repetindo-se por toda a eternidade, e ressoará para sempre pela multidão sem número de anjos e de santos, confirmando a profecia: "Ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes" (Lc 1,48). O privilégio da concepção de Maria, livre de toda jaça, é o prelúdio de toda uma oblação a Deus, coroada com o "fiat" desprovido de qualquer pretensão, senão a de fazer a vontade dAquele que é o seu Senhor: "Ecce ancilla Domini" (Lc 1,38).
Regozija, por isso, a humanidade toda, pois, se pelo seu sim Maria tornou-se miraculosamente a Mãe de Deus, a Mãe do Salvador, ela tornou-se, pelo mesmo fato, Mãe de seu Corpo Místico, de todos aqueles que vivem da vida de Jesus neste mundo e na eternidade. Por isso, a Mãe de Deus não pode ter outra missão e santidade senão a de sua Maternidade Divina, porque ela realiza uma tal missão e uma tal santidade em tal plenitude. Ela está associada a seu Filho e à obra dEle mais do que os Apóstolos e os maiores santos; está associada como aquela por quem se realiza os mistérios da Encarnação redentora; está associada como a que foi capaz de dizer "sim" à vontade de Deus de se fazer homem para salvar os homens, para reinar sem fim (e pela cruz) na casa de Jacob. Evidentemente, Maria é a única criatura cuja associação ao mistério do Filho de Deus encarnado, redentor, atinge essa profundidade e intimidade. E não seria associada a tal ponto se não estivesse totalmente preservada em seu próprio corpo imaculado.
São Luís Grignom Maria de Monfort diz que "a Santíssima Virgem, sendo necessária a Deus, ela o é muito mais aos homens para chegarem ao seu fim último". O grande santo mariano explica que Deus necessitou dela, pois foi o meio do qual se serviu para vir a nós. E nós necessitamos dela para chegarmos até ele. "A missão de Maria é a de povoar o céu de santos, preencher os lugares vazios pela queda dos anjos apóstatas. Todas as almas que aspiram a perfeição, a santidade, não se santificarão, senão na medida em que dela (de Maria) receberem as graças abundantes de que precisam" (Padre Dayet). Assim, quanto mais unidos a Maria, mais dependeremos de seu socorro e tanto mais dele haveremos de receber. Maria nos é necessária.
Quanto ao motivo do feriado, questionado pelo pobre pároco da Piedade, deve-se ao fato de um costume, ou melhor, uma reverência aos costumes religiosos. Para quem não sabe, principalmente ao pobre pároco, Nossa Senhora da Conceição era padroeira do Reino de Portugal, onde, aliás, os reis eram aclamados, e não coroados, pois somente Aquela, da Vila de Viçosa, fora coroada como Rainha de Portugal. Ademais, no século XVII, quase dois séculos antes do Beato Pio IX proclamar o Dogma da Imaculada Concepção de Maria, Dom João IV, rei de Portugal, o fez. O Brasil, filho de Portugal, também conservou esta devoção, tomando-a como padroeira, no Império, cujo reconhecimento se fez pela República: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. Em Minas, a Virgem Imaculada também é a padroeira do Estado, sendo Ela a padroeira da igreja onde está instalada a Sé de Mariana.
Aqueles que pensam poder passar sem ela, como parece pensar o pobre pároco do Santuário da Piedade, estão na ilusão, pois ela é a medianeira de todas as graças: ad Jesum per Mariam. Pobre pároco da Piedade que, a soçobrar em suas misérias, não lança mãe dEssa intercessora permanente junto ao Trono do Altíssimo, que, certamente, mesmo a desconhecendo como tal, Ela, a Virgem Soberana, a Rainha do Clero, está, com certeza, continuamente sussurrando ao ouvido do Eterno Pai: “Tende misericórdia desse filho que, por muito amar a Trindade Divina, nada mais vê ao seu redor, nem esta que por ele se compadece e pede a Sua infinita misericórdia”.
Por isso, fiéis católicos de Barbacena, uni-vos numa corrente de oração, num ato de misericórdia, pela conversão do pobre pároco do Santuário da Piedade, Padre José Antônio de Oliveira.
09/12/2005