quinta-feira, abril 27, 2006

Páscoa

A Santa Igreja se prepara hoje para a grande festa do cristianismo, a Páscoa, em que se conclui o mistério da Redenção. E para melhor celebrá-la, nesta noite se celebra a Vigília Pascal, na qual se convergem todas as celebrações da Semana Santa e, mais ainda, de todo o Ano Litúrgico. Lembrando a grande noite de vigília do povo hebreu no Egito, aguardando a hora da libertação (Ex 12), nela celebram os cristãos a sua própria redenção pelo mistério da Ressurreição de Cristo. Por ela se realiza a grande Páscoa ou Passagem da morte para a vida, ou do estado de perdição para o estado de salvação. É a vitória final de Deus, em Cristo, sobre o pecado, sobre o mal e sobre a própria morte. Na mística, os cristãos apropriam-se da graça desta passagem pelo Batismo, daí,a liturgia batismal nessa celebração.
Chamada pelo santo Bispo de Hipona como “a mãe de todas as vigílias”, a Vigília Pascal é uma soleníssima celebração, muito rica de simbolismo global e de símbolos particulares: as trevas, a luz, a água, o círio pascal, a cor alegre dos paramentos, a manifestação de alegria através do canto e do bimbalhar dos sinos. Integram-na quatro partes, que são a liturgia da luz, com a bênção do fogo novo; o rito da Palavra, quando se relata toda a história da redenção; a liturgia do batismo, com a bênção da água; e, por fim, a celebração eucarística.
Com Cristo ressuscitado, a Luz brilhou nas trevas. Daí a celebração do fogo novo, ou fogo virgem, com o qual se acende o círio pascal, que simboliza o Redentor, conduzido em procissão e diante do qual se canta o Precônio, anunciando solenemente a ressurreição. Todos são convidados a terem nas mãos velas acesas, imitando aqueles servos de que fala o Evangelho (Lc 12, 35-37), os quais esperam, vigilantes, o seu Senhor, que os fará sentar à sua mesa. No rito da Palavra, narram-se os gestos maravilhosos de Deus na história da salvação, desde a Criação do mundo até ao grande gesto da “Nova Criação”, pela ressurreição de Cristo, início e primícias de um mundo novo. As leituras são intercaladas por aclamações, a última das quais é o canto do “Aleluia”. Ao canto do Glória, os sinos, que se encontravam silenciados desde a Quinta-feira Santa, anunciam festivamente a vitória de Cristo.Outro momento importante da Vigília é a liturgia batismal, com o canto da Ladainha de Todos os Santos, bênção da água batismal e aspersão dos fiéis. Nessa ocasião, todos renovam as promessas do batismo, professando publicamente a sua fé. Finalmente, a celebração da Santa Missa, em que a participação de todos ao banquete eucarístico é a mais sincera oferta que se faz a Deus, de um coração puro e contrito, a regozijar pela vitória da Graça sobre o Pecado.
09/04/2006