Há poucos dias, o Brasil acompanhava, pela TV, a história de uma das mais expressivas figuras políticas do país, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Contudo, a especulação sensacionalista empreendida por esse tipo de produção, mais uma vez, cuidou em relatar a história a seu modo, chegando a quase deixar de lado o protagonista.
Em sua primeira fase, emporcalhou os episódios a personagem fictícia de um coronel estroina, apresentando-o como um protótipo dos latifundiários que constituíam a elite política da República Velha. Enquanto isso, exibia-se o jovem Juscelino como um ambicioso (além do comum nessa fase da vida ao homem), compadecido pelos fracos e apolítico; três conceitos que se chocam numa época em que dependia, intrinsecamente, um dos outros. A ambição, muitas vezes, conduz o homem, por meio da política, à consagração, com o sufrágio das massas.
Os capítulos da minissérie que se seguiram, em sua segunda fase, destacaram o governo empreendedor e ousado de Juscelino à frente da Prefeitura de Belo Horizonte, do Estado de Minas Gerais e, por fim, do Brasil. Todavia, insistiram em apresentar as realizações que já se conhecem, sem resgatar, minuciosamente, o amplo trabalho político e social, inclusive em questões específicas partidárias e regionais, que ilustram sua história e atestam o seu caráter como homem e como político.
Ao contrário, de forma inoportuna, a produção ocupou-se, infelizmente, em transmitir aos milhões de telespectadores, a imagem, por exemplo, de um Benedicto Valladares com um liame comportamental entre pândego e boçal; a União Democrática Nacional (UDN), provavelmente por ser oposição de JK, foi representada como puritana e farisaica, enquanto o Partido Social Democrático (PSD) otimista, por causa de uma admirável pseudounidade de esforços de seus correligionários, trabalhando pelo verdadeiro progresso da Nação. Uma elite social fútil e ociosa e um relacionamento íntimo extraconjugal complementaram a saga do Presidente Bossa Nova.
Se pensaram os produtores em realizar um trabalho que engrandecesse a história pátria, especificamente o presidente Juscelino Kubitschek, esse intento, mais uma vez, frustrou-se.
Pobres daqueles que dependem da TV para se instruir! Continuam, eles, graças ao equivocado enredo de uma minissérie a vagarem pelas trevas da ignorância, tenho conhecido em “JK” apenas o bom mocinho que travou luta contra o mal. Apenas isso, talvez por acreditarem ser suficiente ao povo brasileiro iludir-se com noveletas.Ainda bem, nas páginas da história pátria registram-se os grandes feitos empreendidos pelo diamantinense que conquistou o Brasil - a contragosto de muitos - e revolucionou a instituição política. Por fim, do mesmo como o Velho Profeta morreu sem chegar à Terra Prometida, Juscelino teve como castigo morrer longe de sua terra prometida, sem assistir à celebração da democracia plena no Brasil.
Em sua primeira fase, emporcalhou os episódios a personagem fictícia de um coronel estroina, apresentando-o como um protótipo dos latifundiários que constituíam a elite política da República Velha. Enquanto isso, exibia-se o jovem Juscelino como um ambicioso (além do comum nessa fase da vida ao homem), compadecido pelos fracos e apolítico; três conceitos que se chocam numa época em que dependia, intrinsecamente, um dos outros. A ambição, muitas vezes, conduz o homem, por meio da política, à consagração, com o sufrágio das massas.
Os capítulos da minissérie que se seguiram, em sua segunda fase, destacaram o governo empreendedor e ousado de Juscelino à frente da Prefeitura de Belo Horizonte, do Estado de Minas Gerais e, por fim, do Brasil. Todavia, insistiram em apresentar as realizações que já se conhecem, sem resgatar, minuciosamente, o amplo trabalho político e social, inclusive em questões específicas partidárias e regionais, que ilustram sua história e atestam o seu caráter como homem e como político.
Ao contrário, de forma inoportuna, a produção ocupou-se, infelizmente, em transmitir aos milhões de telespectadores, a imagem, por exemplo, de um Benedicto Valladares com um liame comportamental entre pândego e boçal; a União Democrática Nacional (UDN), provavelmente por ser oposição de JK, foi representada como puritana e farisaica, enquanto o Partido Social Democrático (PSD) otimista, por causa de uma admirável pseudounidade de esforços de seus correligionários, trabalhando pelo verdadeiro progresso da Nação. Uma elite social fútil e ociosa e um relacionamento íntimo extraconjugal complementaram a saga do Presidente Bossa Nova.
Se pensaram os produtores em realizar um trabalho que engrandecesse a história pátria, especificamente o presidente Juscelino Kubitschek, esse intento, mais uma vez, frustrou-se.
Pobres daqueles que dependem da TV para se instruir! Continuam, eles, graças ao equivocado enredo de uma minissérie a vagarem pelas trevas da ignorância, tenho conhecido em “JK” apenas o bom mocinho que travou luta contra o mal. Apenas isso, talvez por acreditarem ser suficiente ao povo brasileiro iludir-se com noveletas.Ainda bem, nas páginas da história pátria registram-se os grandes feitos empreendidos pelo diamantinense que conquistou o Brasil - a contragosto de muitos - e revolucionou a instituição política. Por fim, do mesmo como o Velho Profeta morreu sem chegar à Terra Prometida, Juscelino teve como castigo morrer longe de sua terra prometida, sem assistir à celebração da democracia plena no Brasil.
27/03/2006