Ao chegarmos ao fim de mais um ano, torna-se oportuna a meditação sobre os Novíssimos, tão esquecidos em nossos dias: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso. "Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás" (Ecl. 7, 40); se os tivéssemos sempre em mente, não pecaríamos, como adverte São João Bosco. Se nossos dias são conturbados, é porque pouco se medita ou mesmo não se cogita seriamente sobre os Novíssimos.
Ao pensarmos na Morte, deve-se vê-la como o limiar daquele estágio que o pecado dele nos privou, a eternidade. É pela morte, à qual ninguém está imune, que se poderá contemplar, face a face, o Senhor. Mas ela depende da vida; "talis vita, finis ita", assegura o provérbio latino. E como nos adverte Santo Afonso Maria de Ligório, o pai dos Redentoristas, "tal é a sorte reservada a todos os homens, aos nobres e aos plebeus, aos príncipes e aos vassalos. Logo que a alma saia do corpo com o último suspiro, dirigir-se-á à eternidade e o corpo deverá reduzir-se a pó". A partir daí, só terá a apresentar ao Altíssimo o que fez durante sua vida terrena.
Seguir-se-á, então, o Juízo, o momento em que, diante do Supremo Juiz, nada lhe será inquirido, pois a sua consciência se acusará. Como lembra Santo Agostinho sobre esse instante: "A sua vinda é motivo de alegria para o fiel e de terror para o ímpio". Nesse instante, a alma sentirá as primeiras impressões do que a Seqüência da Missa de Defuntos descreve: "Dia de ira, aquele dia, no qual o mundo se tornará em cinzas (...) Quanto temor haverá, então, quando o Juiz vier para julgar com rigor todas as coisas". "Qual não será o espanto daquele que, vendo pela primeira vez o seu Redentor, o vir indignado!", exclama Ligório. Ao exame seguir-se-á a condenação, após a balança divina pesar, "não as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas sim, somente as obras". O Bispo de Hipona diz que, nesse momento, virá primeiro o demônio a delatar todas as suas faltas e Deus, segundo Cornélio a Lapide, para trazer-lhe aos olhos "os exemplos dos santos, todas as luzes e inspirações com que o favoreceu durante a vida e, além disso, todos os anos que lhe foram concedidos para que os empregasse na prática do bem". "Tereis, pois, de dar conta até de cada olhar", assegura Santo Anselmo. Enfim, o justo ouvirá o convite divino: "Servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor". (Mt 25,21) O pecador estará entregue à misericórdia de Deus.
Após o Juízo Particular, restam os dois últimos novíssimos: o Inferno e o Paraíso. No primeiro, está a alma condenada ao eterno sofrimento. Um lugar de tormentos, como lhe chama o mau rico que a ele foi condenado (Lc 16, 28): "um lugar de tormentos, onde todos os sentidos e todas as faculdades do condenado devem ter o seu tormento próprio, e quanto mais se tiver ofendido a Deus com algum dos sentidos, tanto mais terá a sofrer este mesmo sentido", lembra Santo Afonso. Já o justo, logo ao ter entrado "no gozo do teu Senhor", desfrutará da Visão Beatífica nesse "dia perpétuo sempre sereno, primavera perpétua sempre deliciosa".Que a meditação dos Novíssimos prepare-nos para dias melhores em 2009.
Ao pensarmos na Morte, deve-se vê-la como o limiar daquele estágio que o pecado dele nos privou, a eternidade. É pela morte, à qual ninguém está imune, que se poderá contemplar, face a face, o Senhor. Mas ela depende da vida; "talis vita, finis ita", assegura o provérbio latino. E como nos adverte Santo Afonso Maria de Ligório, o pai dos Redentoristas, "tal é a sorte reservada a todos os homens, aos nobres e aos plebeus, aos príncipes e aos vassalos. Logo que a alma saia do corpo com o último suspiro, dirigir-se-á à eternidade e o corpo deverá reduzir-se a pó". A partir daí, só terá a apresentar ao Altíssimo o que fez durante sua vida terrena.
Seguir-se-á, então, o Juízo, o momento em que, diante do Supremo Juiz, nada lhe será inquirido, pois a sua consciência se acusará. Como lembra Santo Agostinho sobre esse instante: "A sua vinda é motivo de alegria para o fiel e de terror para o ímpio". Nesse instante, a alma sentirá as primeiras impressões do que a Seqüência da Missa de Defuntos descreve: "Dia de ira, aquele dia, no qual o mundo se tornará em cinzas (...) Quanto temor haverá, então, quando o Juiz vier para julgar com rigor todas as coisas". "Qual não será o espanto daquele que, vendo pela primeira vez o seu Redentor, o vir indignado!", exclama Ligório. Ao exame seguir-se-á a condenação, após a balança divina pesar, "não as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas sim, somente as obras". O Bispo de Hipona diz que, nesse momento, virá primeiro o demônio a delatar todas as suas faltas e Deus, segundo Cornélio a Lapide, para trazer-lhe aos olhos "os exemplos dos santos, todas as luzes e inspirações com que o favoreceu durante a vida e, além disso, todos os anos que lhe foram concedidos para que os empregasse na prática do bem". "Tereis, pois, de dar conta até de cada olhar", assegura Santo Anselmo. Enfim, o justo ouvirá o convite divino: "Servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor". (Mt 25,21) O pecador estará entregue à misericórdia de Deus.
Após o Juízo Particular, restam os dois últimos novíssimos: o Inferno e o Paraíso. No primeiro, está a alma condenada ao eterno sofrimento. Um lugar de tormentos, como lhe chama o mau rico que a ele foi condenado (Lc 16, 28): "um lugar de tormentos, onde todos os sentidos e todas as faculdades do condenado devem ter o seu tormento próprio, e quanto mais se tiver ofendido a Deus com algum dos sentidos, tanto mais terá a sofrer este mesmo sentido", lembra Santo Afonso. Já o justo, logo ao ter entrado "no gozo do teu Senhor", desfrutará da Visão Beatífica nesse "dia perpétuo sempre sereno, primavera perpétua sempre deliciosa".Que a meditação dos Novíssimos prepare-nos para dias melhores em 2009.