Nesta época do ano, é muito comum a exploração da ingenuidade de uns e da fé de outros com profecias sobre os meses que se seguirão. Bruxos e pitonisas concordam e discordam em suas previsões, ora otimistas, ora pessismistas, aguçando a curiosidade do público que os assiste. Ilude, sim, os tolos a maneira subjetiva como descrevem suas visões, fruto, simplesmente, de sua imaginação e supino charlatanismo. "Quão impotente é o sistema [astrológico] para comparar as formas de disposições dos homens com os nomes das estrelas!" (Hipólito, in “Refutação de Todas Heresias” 4:37). Há, na verdade, casos de previsões cuja credibilidade torna-se indiscutível pela forma como ocorreu e se confirmou. Na Bíblia, três reis acorreram a Belém, “avisados” pelo fulgor de uma estrela; diversos santos da Igreja também tiveram esse poder de prever o futuro, como São João Bosco, Beato João XXIII, Beato Pio de Pietralcina, estes mais recentes.
Para melhor compreendermos o fenômeno das previsões com relação aos astros, pois deles é que se valem os profetas de nossos dias, recorremos a São Tomás de Aquino. Ele afirma como absolutamente certo o princípio geral de uma influência universal dos corpos celestes sobre todos os eventos corporais da terra, incluídos os eventos fisiológicos concernentes aos animais e aos homens. A influência admitida restringe-se aos eventos corporais. Na “Suma Contra os Gentios”, São Tomás afirma ser "impossível que a operação intelectual esteja sujeita aos movimentos celestes" (III. 84). Da mesma forma, o aquinatense nega qualquer influência dos astros sobre nossa vontade, como se vê no referido tratado: "É preciso absolutamente compreender que a vontade do homem não está sujeita à necessidade dos astros". Desta forma, excluem-se do raio de influência dos astros justamente as faculdades que especificam o homem, ou seja, o intelecto e a vontade. Mais além, o Doutor Angélico afirma, com igual certeza, que a influência dos corpos celestes sobre os atos humanos é indireta e jamais necessitante, muito menos se indaga, nem uma única vez, se o axioma ou postulado astrológico fundamental é fundado ou não: a importância decisiva, sobre todo o futuro de um homem, da configuração do céu no momento de seu nascimento (mapas astrais).
Ao mencionar os patronatos estrelares dos sete dias da semana, observa que se pode, sem perigo para a fé, adotar ou rejeitar essa teoria, admitindo, em princípio, os astrólogos predizerem corretamente o futuro dos homens, desde que não tenham em vista os atos humanos livres. Ele alerta, com grande importância para o tema, que a impressão das estrelas produz seu efeito na maior parte dos homens, a saber, naqueles que não resistem a suas paixões, levando-nos a compreensão de uma influência astral sobre o temperamento da pessoa, que pode ser dominado pelo intelecto e pela vontade; daí se enganarem amiúde nas predições particulares.Por fim, a sentença do grande doutor da Igreja: não é supersticioso nem ilícito buscar prever pelos astros as secas, as chuvas etc. É supersticioso e ilícito buscar prever, pelos astros, as ações livres humanas, lembrando o Concílio de Toledo: “Se alguém pensa que se deve crer na astrologia, seja anátema”, e a admoestação de Santo Agostinho: "O bom cristão deve precaver-se de astrólogos e outros adivinhadores ímpios".
Para melhor compreendermos o fenômeno das previsões com relação aos astros, pois deles é que se valem os profetas de nossos dias, recorremos a São Tomás de Aquino. Ele afirma como absolutamente certo o princípio geral de uma influência universal dos corpos celestes sobre todos os eventos corporais da terra, incluídos os eventos fisiológicos concernentes aos animais e aos homens. A influência admitida restringe-se aos eventos corporais. Na “Suma Contra os Gentios”, São Tomás afirma ser "impossível que a operação intelectual esteja sujeita aos movimentos celestes" (III. 84). Da mesma forma, o aquinatense nega qualquer influência dos astros sobre nossa vontade, como se vê no referido tratado: "É preciso absolutamente compreender que a vontade do homem não está sujeita à necessidade dos astros". Desta forma, excluem-se do raio de influência dos astros justamente as faculdades que especificam o homem, ou seja, o intelecto e a vontade. Mais além, o Doutor Angélico afirma, com igual certeza, que a influência dos corpos celestes sobre os atos humanos é indireta e jamais necessitante, muito menos se indaga, nem uma única vez, se o axioma ou postulado astrológico fundamental é fundado ou não: a importância decisiva, sobre todo o futuro de um homem, da configuração do céu no momento de seu nascimento (mapas astrais).
Ao mencionar os patronatos estrelares dos sete dias da semana, observa que se pode, sem perigo para a fé, adotar ou rejeitar essa teoria, admitindo, em princípio, os astrólogos predizerem corretamente o futuro dos homens, desde que não tenham em vista os atos humanos livres. Ele alerta, com grande importância para o tema, que a impressão das estrelas produz seu efeito na maior parte dos homens, a saber, naqueles que não resistem a suas paixões, levando-nos a compreensão de uma influência astral sobre o temperamento da pessoa, que pode ser dominado pelo intelecto e pela vontade; daí se enganarem amiúde nas predições particulares.Por fim, a sentença do grande doutor da Igreja: não é supersticioso nem ilícito buscar prever pelos astros as secas, as chuvas etc. É supersticioso e ilícito buscar prever, pelos astros, as ações livres humanas, lembrando o Concílio de Toledo: “Se alguém pensa que se deve crer na astrologia, seja anátema”, e a admoestação de Santo Agostinho: "O bom cristão deve precaver-se de astrólogos e outros adivinhadores ímpios".