sexta-feira, setembro 12, 2008

Emancipando-se

No próximo dia 19 de setembro, Conselheiro Lafaiete comemora seus 218 anos de emancipação política. Em meio às festas que marcam a efeméride que sugere a conquistada de liberdade e autonomia administrativa, cabe uma reflexão sobre o destino do antigo Arraial dos Carijós. Essa emancipação não se restringe àquele instante histórico, cristalizado no nostálgico 1790, em que se concretizou o sonho do povo de Carijós, quando se erigiu a Real Vila de Queluz. Todo o aparato formal, a presença do governador general Visconde de Barbacena e da nobreza, assistidos pelo povo na instalação do Senado da Câmara, foi como que o descortinar do porvir do que viria ser a heróica Cidade de Queluz, a pujante Conselheiro Lafaiete.

Mas esse olhar que nos lançaram nossos antepassados depositou uma grave responsabilidade sobre sua posteridade. Aquela emancipação da Vila de São José, distante tantas léguas, cujos governantes se esqueciam das necessidades de Carijós, enxergando-o apenas como um arraial distante, sem possibilidades de progresso, em decorrência de suas pobres fontes de subsistência, “banhado por um rio de águas sujas” – como alegaram os membros do Senado daquela Vila, aquela emancipação, mais do que ser comemorada, deve ser reafirmada a cada dia por todos os lafaietenses. Essa emancipação sugere, além do sentido de liberdade, a interpretação de um comprometimento com o desenvolvimento; se não fosse essa perspectiva, Queluz não se teria elevado.

O momento torna-se, por isso, muito oportuno. Enquanto candidatos a prefeito e a vereadores peregrinam pela cidade em busca de votos, devem os lafaietenses observar bem o que eles propõem para assegurar a emancipação do município. A emancipação política, elegendo cidadãos e cidadãs probos, capazes de honrar o mandato que lhes for confiado; emancipação da educação e da cultura, discernindo bem o potencial dos valores locais e mobilizando-os; emancipação da saúde, garantindo atendimento eficiente e a contento dos munícipes; emancipação comercial e industrial, proporcionando estrutura adequada para essa que é a principal fonte de renda do município; emancipação dos direitos dos cidadãos, assegurando-lhes segurança e promovendo a ordem pública. Assim, os lafaietenses, muito mais do que comemorar uma data histórica, estarão festejando sua constante emancipação.