Chegou ao fim o affaire Júlio Barros. Uma liminar da Justiça suspendeu a sessão da Câmara de Vereadores, que votaria a cassação do prefeito de Lafaiete, na última terça-feira, dia 26. O Circo de Cavalinhos foi armado, muitos se divertiram bastante e agora se acabou a brincadeira. Pensaram ter sido o suficiente para atiçar a população, com vistas à campanha eleitoral que se inicia daqui a poucos meses, para o pleito de outubro próximo.
Ao final de pantomima, não sabemos se rimos ante tanta tibieza, às raias de uma ingenuidade pueril, ou se lamentamos pela frivolidade com que muitos assistiram e até participaram desse processo. E volto a me envergonhar de tanta gente sem princípios, desordeira, mal informada, arrogante e oportunista que quis tirar proveito dessa ameaçadora cassação, de ambos os lados, tanto correligionários, como opositores.
Nestas linhas onde, muitas vezes, permiti-me levar pela admiração do trabalho realizado pela Câmara de Vereadores de Conselheiro Lafaiete, hoje lamento não poder fazê-lo com a mesma sinceridade. E um ditado antigo, assaz grosseiro, bem traduz a frustração desse instante histórico que poderia ter sido gravado nas páginas das crônicas lafaietenses para a posteridade exaltando o brio do Poder Legislativo, resgatando a dignidade de muitos inocentes acossados pela injustiça: "ejusdem farinæ". Todos os vereadores se comprometeram por causa da fraqueza ambiciosa de alguns poucos dentre os seus.
Se houve denúncia, é porque havia algo que comprometesse a lisura do processo administrativo, aliás, como a Comissão Parlamentar de Inquérito apurou. Se se constituiu uma Comissão Processante foi porque existiram elementos que a movessem. A inaptidão da Comissão foi não ter realizado o seu trabalho a tempo, beneficiando o acusado que, é bom ressaltar, não foi absolvido. Ele apenas conseguiu uma liminar que adiaria a sessão que aconteceria no último dia do prazo legal. Portanto, frustrou-se a Comissão por ineficiência de seus membros, a propósito, pivôs de todo esse vergonhoso desfecho.