No início do ano letivo, o departamento em que trabalho, numa instituição de ensino, mandou confeccionar uma faixa de boas-vindas aos alunos. Uma simples frase causou dúvidas e transtorno. Como se escreve, após a reforma ortográfica: bem-vindo ou benvindo? De acordo com as regras do hífen, que são as mais complexas e variáveis da reforma, passar-se-ia a grafar “benvindo”. Desta forma, então, foi confeccionada a faixa.
Posta em lugar adrede, a inscrição causou espécie: “Acadêmicos, sejam benvindos!”. No departamento, logo começaram as inquirições sobre a inscrição. Uma professora de português foi consultada e acusou o erro também. No entanto, a regra não é clara quanto a isso. Assim, buscamos esclarecimento à Academia Brasileira de Letras, responsável pela língua pátria.
Qual não foi nossa surpresa, quando recebemos a seguinte resposta: “Pelo novo acordo, o prefixo bem só não terá hífen se o segundo elemento for um derivado de fazer ou querer: benfeito (a), benfeitor, benfazejo, benfeitoria, benquerer, benquisto, benquerença etc. O advérbio bem é usado com hífen em todos os outros casos: bem-administrada, bem-elaborada, bem-estar, bem-criado, bem-falante, bem-ditoso, bem-aventurado, bem-humorado, bem-vindo(s), bem-te-vi, bem-sinalizado, bem-sucedido, bem-nascido etc.”
Realmente, a inscrição estava errada. Razão disso, a controvertida reforma ortográfica, especificamente acerca do uso do hífen. A resposta dada pela ABL não consta em nenhum manual que, até o momento, encontra-se disponível. Pelo visto, assim como a legislação brasileira, a reforma terá exceções surpreendentes, contradizendo umas às outras. Ademais, o acadêmico Evanildo Bechara, considerado maior entendido da reforma já adiantou: “É claro que a interpretação que fiz está sujeita a erros. Só não erra quem não faz”.
Pelos próximos anos, certamente, muitas dúvidas nos abordarão. Consola-nos o fato de, no Brasil, a assimilação da reforma ser mais fácil do que nos outros países. O motivo são as reformas anteriores que tivemos, e que foram, de certa forma, suavizando o impacto que causará em Portugal, onde a última reforma ortográfica aconteceu no limiar da República, em 1911. Aliás, naquela época, os lusitanos ultrapassavam os brasileiros com uma revisão da língua que só conseguimos superá-la cerca de trinta anos depois. Por ora, resta-nos irmos adaptando, acostumando e aprendendo mais com os deslizes ortográficos.
Posta em lugar adrede, a inscrição causou espécie: “Acadêmicos, sejam benvindos!”. No departamento, logo começaram as inquirições sobre a inscrição. Uma professora de português foi consultada e acusou o erro também. No entanto, a regra não é clara quanto a isso. Assim, buscamos esclarecimento à Academia Brasileira de Letras, responsável pela língua pátria.
Qual não foi nossa surpresa, quando recebemos a seguinte resposta: “Pelo novo acordo, o prefixo bem só não terá hífen se o segundo elemento for um derivado de fazer ou querer: benfeito (a), benfeitor, benfazejo, benfeitoria, benquerer, benquisto, benquerença etc. O advérbio bem é usado com hífen em todos os outros casos: bem-administrada, bem-elaborada, bem-estar, bem-criado, bem-falante, bem-ditoso, bem-aventurado, bem-humorado, bem-vindo(s), bem-te-vi, bem-sinalizado, bem-sucedido, bem-nascido etc.”
Realmente, a inscrição estava errada. Razão disso, a controvertida reforma ortográfica, especificamente acerca do uso do hífen. A resposta dada pela ABL não consta em nenhum manual que, até o momento, encontra-se disponível. Pelo visto, assim como a legislação brasileira, a reforma terá exceções surpreendentes, contradizendo umas às outras. Ademais, o acadêmico Evanildo Bechara, considerado maior entendido da reforma já adiantou: “É claro que a interpretação que fiz está sujeita a erros. Só não erra quem não faz”.
Pelos próximos anos, certamente, muitas dúvidas nos abordarão. Consola-nos o fato de, no Brasil, a assimilação da reforma ser mais fácil do que nos outros países. O motivo são as reformas anteriores que tivemos, e que foram, de certa forma, suavizando o impacto que causará em Portugal, onde a última reforma ortográfica aconteceu no limiar da República, em 1911. Aliás, naquela época, os lusitanos ultrapassavam os brasileiros com uma revisão da língua que só conseguimos superá-la cerca de trinta anos depois. Por ora, resta-nos irmos adaptando, acostumando e aprendendo mais com os deslizes ortográficos.