Desde há muito, tenho evitado comentar os desenlaces acerca da aproximação da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a Santa Sé. Essa omissão deve-se ao fato de não me permitir nenhum juízo confuso, até mesmo por tê-la conhecido bem proximamente, nem tampouco fazê-lo de forma temerária. Deus louvado, o Decreto pontifício divulgado em 21 de janeiro, em que suspende a excomunhão dos bispos sagrados por Dom Marcel Lefebvre, em 1988, é um passo significativo e de grande importância para que as tratativas possam avançar de forma mais fraterna, inter pares.
Mas, no auge das comemorações, surge a figura de Dom Richard Williamson, um dos bispos beneficiados com o Decreto. O que teria sido uma entrevista sem muita abrangência para um canal de televisão sueco acabou se tornando um barril de pólvora. O prelado, ao comentar sobre o holocausto dos judeus na Segunda Grande Guerra, teria contestado o número de vítimas que geralmente é divulgado. A propósito, esse comentário mal explicado não é a primeira que se o ouve. Porém, sempre que o fazem reportam-se ao holocausto promovido pelo regime comunista no leste europeu e, mais recente, pelas guerras no Oriente Médio.
A declaração de Dom Williamson, contudo, veio à tona simplesmente por causa da redenção oferecida pelo Santo Padre. Caso contrário, ela teria passado de forma despercebida; basta observar que, salvo engano, ela foi gravada em setembro de 2008.
A celeuma provocada por sua opinião pessoal acabou refletindo sobre a Fraternidade, à qual pertence, no momento em que se consegue romper uma barreira que dificultava o diálogo com Roma. Pior ainda, aqueles que se opõem a essa aproximação dos considerados “tradicionalistas” (aliás, denominação um pouco equivocada, se levar em conta a definição correta de “tradição” e, mais ainda, sua correlação com o Magistério da Igreja), os opositores desse diálogo lançaram mão da figura de Dom Williamson como um protótipo de toda a Fraternidade.
O bispo já se retratou, inclusive escreveu ao Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, desculpando-se pelo infeliz comentário e lamentando-se pelo sofrimento acarretado ao Beatíssimo Padre. Deve-se observar, todavia, que o comentário de Dom Williamson não foi simplesmente leviano. Na entrevista falava-se sobre diversos temas, como política mundial, sociedade contemporânea, enfim, impressões sobre o mundo moderno. Pelo que li de sua entrevista, o comentário não foi de uma tonalidade anti-semítica; uma observação apenas sobre contrastes de tratamento que se dá a assuntos específicos, unicamente por interesses políticos.
Diz o ditado que “há males que vêm para o bem”; esse também talvez seja mais um. Com isso, todos os envolvidos nesse caso devem se posicionar e assumir um posicionamento claro. O superior geral da Fraternidade, Dom Bernard Fellay, mostrou-se disposto ao diálogo e, humildemente, suplicou ao Santo Padre a remissão das penas que o Decreto de 1º de julho de 1988 lhes impusera, a ele e aos demais bispos, Dom Bernard Tissier, Dom Alfonso de Galaretta e Dom Richard Williamson. Mais ainda, o superior já deu mostras que não permitirá divisões entre os seus.
A divergência de opiniões no seio da Fraternidade, doravante, será benéfica. Desta forma, separar-se-á o joio do trigo e se conhecerá quem está disposto a ficar cum Petro, sub Petro.
Mas, no auge das comemorações, surge a figura de Dom Richard Williamson, um dos bispos beneficiados com o Decreto. O que teria sido uma entrevista sem muita abrangência para um canal de televisão sueco acabou se tornando um barril de pólvora. O prelado, ao comentar sobre o holocausto dos judeus na Segunda Grande Guerra, teria contestado o número de vítimas que geralmente é divulgado. A propósito, esse comentário mal explicado não é a primeira que se o ouve. Porém, sempre que o fazem reportam-se ao holocausto promovido pelo regime comunista no leste europeu e, mais recente, pelas guerras no Oriente Médio.
A declaração de Dom Williamson, contudo, veio à tona simplesmente por causa da redenção oferecida pelo Santo Padre. Caso contrário, ela teria passado de forma despercebida; basta observar que, salvo engano, ela foi gravada em setembro de 2008.
A celeuma provocada por sua opinião pessoal acabou refletindo sobre a Fraternidade, à qual pertence, no momento em que se consegue romper uma barreira que dificultava o diálogo com Roma. Pior ainda, aqueles que se opõem a essa aproximação dos considerados “tradicionalistas” (aliás, denominação um pouco equivocada, se levar em conta a definição correta de “tradição” e, mais ainda, sua correlação com o Magistério da Igreja), os opositores desse diálogo lançaram mão da figura de Dom Williamson como um protótipo de toda a Fraternidade.
O bispo já se retratou, inclusive escreveu ao Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, desculpando-se pelo infeliz comentário e lamentando-se pelo sofrimento acarretado ao Beatíssimo Padre. Deve-se observar, todavia, que o comentário de Dom Williamson não foi simplesmente leviano. Na entrevista falava-se sobre diversos temas, como política mundial, sociedade contemporânea, enfim, impressões sobre o mundo moderno. Pelo que li de sua entrevista, o comentário não foi de uma tonalidade anti-semítica; uma observação apenas sobre contrastes de tratamento que se dá a assuntos específicos, unicamente por interesses políticos.
Diz o ditado que “há males que vêm para o bem”; esse também talvez seja mais um. Com isso, todos os envolvidos nesse caso devem se posicionar e assumir um posicionamento claro. O superior geral da Fraternidade, Dom Bernard Fellay, mostrou-se disposto ao diálogo e, humildemente, suplicou ao Santo Padre a remissão das penas que o Decreto de 1º de julho de 1988 lhes impusera, a ele e aos demais bispos, Dom Bernard Tissier, Dom Alfonso de Galaretta e Dom Richard Williamson. Mais ainda, o superior já deu mostras que não permitirá divisões entre os seus.
A divergência de opiniões no seio da Fraternidade, doravante, será benéfica. Desta forma, separar-se-á o joio do trigo e se conhecerá quem está disposto a ficar cum Petro, sub Petro.