sábado, junho 28, 2008

Deus guarde o Papa



A Santa Igreja celebra neste domingo, dia 29 de junho, a solenidade de São Pedro e São Paulo. No mesmo dia, comemora-se o Dia do Papa, quando, então, nossas intenções se voltam à colina Vaticana, donde o Vigário de Cristo guia seus súditos, no mundo todo, nas sendas rumo à salvação, à Pátria Celeste. E quem é esse que, resgatado dentre os homens – susceptível, portanto, a todas as fragilidades humanas – pela graça da vocação, à qual corresponde, e se entrega ao ministério de salvar almas e a ele se dedica de tal forma que é ornado com a plenitude do sacerdócio e elevado ao trono de Pedro? Ele é simplesmente aquele que atendeu prestimoso ao “veni, sequere me” do Divino Mestre, largou tudo e pôs-se a caminho, confiante nAquele em quem tudo pode. Ele confiou e se entregou.
Ao longo de toda a história da Igreja, encontraremos sempre esse episódio de desprendimento; alguns perseverando até a morte; outros, tíbios, não correspondendo sempre à graça ou até se desertando das fileiras sagradas. Mas todos aqueles que foram revestidos do Ministério Petrino o foram pela graça de Deus; até mesmo nas mais diferentes e complicadas situações, nos momentos politicamente críticos, em que se confundiam os princípios e se deturpavam valores, o Espírito Santo agiu, de forma que as tempestades que ameaçavam a Barca de Pedro se abrandaram, alcançando a nau, novamente, águas tranqüilas.
Assim, confirma-se que Cristo é a Cabeça do Corpo Místico, que é a Igreja, de maneira absolutamente única. De maneira invisível governa-o por si mesmo e diretamente iluminando os corações, fortalecendo as vontades, infundindo nas almas a graça santificante, livrando a sua Esposa Imaculada dos perigos mortais, guiando-a no caminho da eterna bem-aventurança. De maneira visível, governa-a ainda indiretamente, por meio daquele que faz as suas vezes na terra.
O Papa, longe de usurpar o lugar de Cristo, está-lhe subordinado em tudo e por tudo. Tem por ofício conservar o Corpo unido à divina Cabeça. O título de “Vigário” mostra sobejamente sua dependência total para com Cristo. E aos gestos do Sumo Pontífice se unem os de uma miríade de santos e mártires que pelejaram em torno da cátedra de Pedro e de um tanto outro sem número que ainda combate rumo à Jerusalém celeste. Ao longo de dois mil anos, desapareceram impérios, mudaram as civilizações, mas o Rochedo plantado na colina Vaticana, na Cidade Eterna, permanece inabalável, imperecível, até o final dos tempos, guiado por aquele que, nas palavras de Santa Catarina de Sena, é o “Doce Cristo na Terra”. Por isso, ao reverenciar o Santo Padre, pedimos que “o Senhor o conserve e vivifique e o faça feliz na terra e não o abandone nas mãos dos seus inimigos”.
Deus guarde o Papa!