Há momentos na história que mais parece o rumo das cousas ter se desviado dos desígnios divinos. Há sempre uma mostra disso. Portugal, nossa Pátria-Mãe, lembrou-se, comovida, na última semana, do centenário de um desses instantes, o regicídio de Dom Carlos e do Duque de Bragança, Dom Luís Felipe. Como era de se esperar, os meios de comunicação não se aprofundaram no tema, ou fizeram-no sem se aprofundar no que causara esse lamentável desfecho, até a queda da monarquia naquele país, dois anos depois. Na comemoração do último sábado, no Terreiro do Paço, local onde o Rei e o Príncipe Herdeiro foram friamente assassinados, diante dos súditos que os aclamavam, uma solenidade lembrou o fatídico 1º de fevereiro de 1908, seguindo-se uma Santa Missa na Igreja de São Vicente e visita ao mausoléu onde jazem os restos mortais daqueles mártires da monarquia lusitana, naquela mesma igreja.
Ainda fazia-se moda pelo mundo derrubar as monarquias a todo custo. Era um assanhamento que se despontara ainda lá pelos setencentos, incendiado pelos iluministas, e que foi formando proselitistas pelos anos seguintes, moldando novas correntes ideológicas, provocando um caos nas sociedades. “Quanto mais uma calúnia custa a acreditar, maior é a memória dos tolos a fixar”, diz Casimir Delavigne, e desta forma foram disseminando suas loucuras influenciando até hoje os pensadores modernos, com rastros de desilusões e até de sangue pelos séculos passados. Essa observação teve-a o padre Pedro Quintela, que, na solenidade no Terreiro do Paço, referiu-se a Dom Carlos como um rei nobre e valente, morto pelas balas de ódio, cegueira, injustiça e ressentimento.
“Haverá flagelo mais terrível do que a injustiça de armas na mão?”, indagava Aristóteles, e a resposta obtiveram-na os portuguesas nos anos seguintes, com a famigerada república a partir de 5 de outubro de 1910, as inconstâncias políticas de um regime nada consolidado num país de tradição monárquica, a ditadura que, apesar de tudo, protegeu Portugal da sanha comunista que ameaçava o mundo em meados do século passado, mas estendendo-se por anos de repressão. Esse foi o prêmio dado pela República aos portugueses.
E aí, não mais apenas os monarquistas ou saudosistas, buscam compreender o que se perdeu desde 1908 a 1910 na assimilação do processo histórico. E aí bem se cabe a sentença do também português Alexandre Herculano: “Se mandarem os reis embora, hão de tornar a chamá-los”.
Ainda fazia-se moda pelo mundo derrubar as monarquias a todo custo. Era um assanhamento que se despontara ainda lá pelos setencentos, incendiado pelos iluministas, e que foi formando proselitistas pelos anos seguintes, moldando novas correntes ideológicas, provocando um caos nas sociedades. “Quanto mais uma calúnia custa a acreditar, maior é a memória dos tolos a fixar”, diz Casimir Delavigne, e desta forma foram disseminando suas loucuras influenciando até hoje os pensadores modernos, com rastros de desilusões e até de sangue pelos séculos passados. Essa observação teve-a o padre Pedro Quintela, que, na solenidade no Terreiro do Paço, referiu-se a Dom Carlos como um rei nobre e valente, morto pelas balas de ódio, cegueira, injustiça e ressentimento.
“Haverá flagelo mais terrível do que a injustiça de armas na mão?”, indagava Aristóteles, e a resposta obtiveram-na os portuguesas nos anos seguintes, com a famigerada república a partir de 5 de outubro de 1910, as inconstâncias políticas de um regime nada consolidado num país de tradição monárquica, a ditadura que, apesar de tudo, protegeu Portugal da sanha comunista que ameaçava o mundo em meados do século passado, mas estendendo-se por anos de repressão. Esse foi o prêmio dado pela República aos portugueses.
E aí, não mais apenas os monarquistas ou saudosistas, buscam compreender o que se perdeu desde 1908 a 1910 na assimilação do processo histórico. E aí bem se cabe a sentença do também português Alexandre Herculano: “Se mandarem os reis embora, hão de tornar a chamá-los”.