O título em francês pode parecer pedante, no entanto, fizemo-lo desta forma para que, no imaginário, vislumbremos um salão de festas em que o mestre-sala anuncia o início da contradança. Mas a alusão neste momento é à contradança política.
Já se começam a ventilar nos bastidores dos partidos os "parzinhos" que deverão participar da animada quadrille em torno das cadeiras eletivas, no próximo ano. Como nos fautuosos salões da belle époque, todos se preparam para iniciar o bailado. Sinais furtivos, olhares lânguidos, declarações murmuradas, estes são os primeiros contatos antes que o prelúdio da orquestra os posicione em seus devidos lugares.
Esse clima de sedução e de expectativa é apenas o prenúncio dos primeiros passos que, cadentes, desfilam pelos salões, harmoniosos e contagiantes. Mas a esse movimento se segue um outro, cujo andamento exige mais desenvoltura, quando os pares se trocam, até que retornam à sua composição primeira e se deixam embalar, então, pelos largos rodopios do terciro e último movimento.
Na contradança política também é assim. Os flerts e discretas aproximações já estão acontecendo. Logo, logo, anunciar-se-á o início da quadrille. Todavia, experiências de antanho e o peculiar quadro que se observa sempre nessas circunstâncias, sabemos que, dificilmente, na troca de pares, a esquerda e a direita se unirão. Isso porque existe um interesse central que ambos almejam, sem jamais compartilhar com que não seja seu conviva. E ao final desse bailado, todos estarão como até então se mantiveram, unidos unicamente aos seus.
Portanto, por mais que tentem provocar alterações no ritmo peculiar dessa dança, dificilmente conseguirão que, aos acordes finais, as finas damas estejam conduzidas por algum noceu idiot rouge; elas prezam seu nome, seus modos e até a alvura de sua toilette. Uma pessoa de princípios jamais se permite contrastar com aquilo que repugna seus princípios e suas ideologias, muito menos se esta não as tem. É a realidade dessa pantomima política, que a cada quatro anos assistimos por ocasião das eleições municipais, mesmo com um aspecto de artistique ballet.
Já se começam a ventilar nos bastidores dos partidos os "parzinhos" que deverão participar da animada quadrille em torno das cadeiras eletivas, no próximo ano. Como nos fautuosos salões da belle époque, todos se preparam para iniciar o bailado. Sinais furtivos, olhares lânguidos, declarações murmuradas, estes são os primeiros contatos antes que o prelúdio da orquestra os posicione em seus devidos lugares.
Esse clima de sedução e de expectativa é apenas o prenúncio dos primeiros passos que, cadentes, desfilam pelos salões, harmoniosos e contagiantes. Mas a esse movimento se segue um outro, cujo andamento exige mais desenvoltura, quando os pares se trocam, até que retornam à sua composição primeira e se deixam embalar, então, pelos largos rodopios do terciro e último movimento.
Na contradança política também é assim. Os flerts e discretas aproximações já estão acontecendo. Logo, logo, anunciar-se-á o início da quadrille. Todavia, experiências de antanho e o peculiar quadro que se observa sempre nessas circunstâncias, sabemos que, dificilmente, na troca de pares, a esquerda e a direita se unirão. Isso porque existe um interesse central que ambos almejam, sem jamais compartilhar com que não seja seu conviva. E ao final desse bailado, todos estarão como até então se mantiveram, unidos unicamente aos seus.
Portanto, por mais que tentem provocar alterações no ritmo peculiar dessa dança, dificilmente conseguirão que, aos acordes finais, as finas damas estejam conduzidas por algum noceu idiot rouge; elas prezam seu nome, seus modos e até a alvura de sua toilette. Uma pessoa de princípios jamais se permite contrastar com aquilo que repugna seus princípios e suas ideologias, muito menos se esta não as tem. É a realidade dessa pantomima política, que a cada quatro anos assistimos por ocasião das eleições municipais, mesmo com um aspecto de artistique ballet.