Mas a população se vê quase que induzida a se permitir um juízo temerário sobre este tema. Pois veja: para ser admitido em qualquer emprego público, por mais simples que seja, exige-se uma ficha criminal tão impoluta quanto os processos de canonização da Igreja, sem falar na exigência de escolaridade cada vez mais enriquecida de cursos, especializações, graduações, pós-graduações, mestrados etc. Todavia, para se candidatar a um cargo público (político), nem tanto. Temos observado a Justiça Eleitoral minuciosa na análise dos processos de candidatura. Entretanto, o tradicional “jeitinho brasileiro” acaba dando uma concessão no item x, do parágrafo tal, de um determinado artigo de uma lei que foi criada, possivelmente, para facilitar os trâmites daqueles que ainda não conseguiram sublimar seus mais sórdidos instintos.
Por isso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão empenhadas, já com o apoio de diversas outras instituições, para uma reforma política no país. As propostas são para alterações a partir do sistema eleitoral, onde a influência dos famigerados lobistas, atiçando a ânsia de poder e de influência de alguns políticos. Ao se propor uma mobilização popular, essas instituições querem fazer valer os princípios democráticos da República e o envolvimento de todos os brasileiros, conscientes de suas reivindicações, em prol do respeito à cidadania, desestruturação de uma representatividade meramente elitista e a consolidações de uma ampla conscientização sobre o papel de cada um no todo.